Referenciada à consulta de

Gastrenterologia, em janeiro d

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Gastrenterologia, em janeiro de 2009, por um quadro clínico de odinofagia e dor retroesternal com 2 semanas de evolução, associado a emagrecimento (> 10% peso corporal) em 2 meses. Ao exame objetivo destacava-se IMC < 18,5. O estudo analítico com hemograma, coagulação e bioquímica geral não mostrou alterações de relevo. Foi submetida a endoscopia digestiva alta que revelou aos 28 cm da arcada dentária, uma lesão ulcerada com cerca de 4 cm de diâmetro, com bordos irregulares e fundo cinzento, sugestiva de neoplasia esofágica (fig. 1). Fizeram-se múltiplas biopsias, no entanto, o exame histológico sugeriu um granuloma mal formado com células gigantes do tipo de Langhans, sem presença de células neoplásicas (fig. 2). Da investigação complementar posterior destaca-se radiografia de tórax sem alterações, pesquisa RO4929097 de anticorpos anti- vírus de imunodeficiência humana 1 e 2 negativos, teste de Mantoux inconclusivo, estudo radiológico do esófago com pequena área focal de retificação e rigidez parietal, no segmento médio na vertente postero-lateral esquerda (fig. 3) e TC toraco-abdominal com espessamento parietal do esofágo a nível do terço médio (fig. 4). Realizou-se segunda endoscopia digestiva

com o objetivo de obter mais material para exame histológico e micobacteriológico. O exame histológico excluiu novamente neoplasia. Tendo em conta a forte suspeita de tuberculose esofágica, realizou-se o teste de IGRA (interferon gamma release assay – QuantiFERON®-TB Gold) que foi positivo. Navitoclax in vitro Com base nos resultados endoscópicos, radiológicos, histológicos e o teste de IGRA positivo, a doente iniciou terapêutica com isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Duas semanas após o início do tratamento,

identificou-se Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) no exame cultural da biopsia esofágica. A doente ficou assintomática ao fim de 4 semanas de tratamento. Repetiu-se endoscopia digestiva que revelou pequena lesão ulcerada em fase de cicatrização ( fig. 5). À data, a doente completou 1 ano de tratamento e mantém-se assintomática. Dimethyl sulfoxide A tuberculose esofágica é responsável por 1 a 3% da tuberculose gastrintestinal, sendo o órgão menos atingido de todo o aparelho digestivo. A tuberculose primária do esófago, como o nosso caso clínico, é ainda mais rara. Este facto deve-se sobretudo aos mecanismos de defesa do esófago, nomeadamente a sua estrutura tubular, o epitélio estratificado escamoso, a camada protetora de saliva e a rápida progressão das substâncias ingeridas, o que impede o crescimento de agentes patogénicos neste orgão3. É mais frequente nos doentes imunodeprimidos, atingindo raramente os indivíduos imunocompetentes. Os sintomas mais frequentes são odinofagia, dor retroesternal e emagrecimento4. Pode também manifestar-se, embora de forma menos frequente, como disfagia e hematemeses. Tendo em conta a clínica mais prevalente, o diagnóstico diferencial faz-se com neoplasia esofágica.

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